Apesar das pacientes incluídas neste grupo serem muito diversas, todas cumprem os critérios característicos de uma baixa resposta ovárica:

  • A obtenção de um baixo número de folículos maduros ou de ovócitos recuperados.
  • Possuir baixos níveis de estradiol depois da estimulação da ovulação.

A incidência destas características é de entre 7% e 24% em pacientes de FIV, percentagem que aumenta no casos de mulheres com mais de 40 anos.

A idade é o factor relacionado com a reserva ovárica da mulher e com a sua fertilidade mais importante, já que existe uma relação inversamente proporcional entre sí: quando maior for a idade da mulher menor será a sua reserva ovárica. Considera-se que, até aos 31 anos, uma mulher possui uma boa reserva ovárica e uma boa capacidade de reprodução mas, a partir dessa idade, a probabilidade mensal de conceber diminui, chegando a ser de apenas um quarto aos 38 anos.

Ovário

A reserva ovárica pode ser estimada através da observação dos valores de FSH (hormona estimulante de folículos) entre o terceiro e o quinto dia do ciclo menstrual. Um valor elevado, de mais de 10-12 mUI/ml, é um indicador de que a mulher tem uma reserva ovárica reduzida.

Alguns autores argumentam que os valores elevados de FSH não só indicam uma baixa resposta como também indicam uma má qualidade dos óvulos o que faz diminuir as  possibilidades da mulher engravidar.

Determinar a baixa resposta do ovário

Para determinar se existem uma baixa resposta ovárica há que avaliar, em conjunto, o ciclo menstrual da paciente, o número de folículos, o número de ovócitos, o protocolo de estimulação, a dose de gonadotrofinas administrada e a concentração de estradiol.

-O número de folículos necessários para determinar a existência de uma baixa resposta vária de autor para autor. Alguns defendem que esse número deve ser menor de 3 e outros que deve ser menor de 6.

-Quanto ao número de ovócitos, existem também várias opiniões. Contudo, o seu número é de entre 3 e 6 ovócitos recuperados.

-Considera-se que existe uma baixa resposta ovárica quando se recupera um baixo número de ovócitos com doses de FSH inferior a 3000UI.

– Quando a concentração de estradiol obtida é inferior a 500 pg/ml depois de seguido o protocolo de estimulação considera-se que existe uma baixa reserva ovárica.

Factores de prognóstico de uma baixa resposta

Existem diferentes factores que podem prever uma baixa resposta ovárica da paciente. Alguns desses factores são:

  • Idade.
  • FSH basal: um valor elevado é um indicador de uma baixa resposta.
  • Estradiol basal.
  • Quociente FSH/LH.
  • Inhibina B: níveis inferiores a 45 pgr/ml confirmam a existência de uma reserva ovárica reduzida.
  • Outros: volume ovárico, hormona anti mülleriana.
  • Ter tido um ciclo prévio com baixa resposta ovárica.

Ovócitos recuperados

Conversão de um ciclo de FIV em um ciclo de IA

Um tratamento de FIV pode ser iniciado em casos onde a resposta ovárica é difícil de observar, em casos de infertilidade por factor masculino ou em casos em que a mulher quer utilizar os seus próprios óvulos. O protocolo de estimulação da paciente é posto em vigor e, depois de vários dias de estímulo com gonadotrofinas, observa-se o número de folículos que se desenvolveram.

Nos casos em que apenas 1 ou 2 folículos desenvolvem-se, o ciclo de FIV pode ser convertido em um ciclo de inseminação artificial sempre que não exista um factor masculino severo. Esta pode ser uma opção válida para as pacientes com poucos folículos desenvolvidos.

Alternativas para pacientes com baixa resposta ovárica

Já que, em laboratório, um aspecto muito importante a ter em conta nos tratamentos de reprodução assistida é o número de ovócitos obtidos na punção folicular e o número de embriões que podem ser transferidos, há que considerar alternativas para aquelas pacientes que têm uma baixa resposta ovárica.

Uma dessas alternativas é a doação de ovócitos. Uma mulher jovem doa os seus ovócitos a uma outra mulher e esses ovócitos são fertilizados com o esperma do parceiro da mulher receptora. Posteriormente, os embriões são transferidos para o útero da mulher receptora. É uma técnica simples e eficaz com boas taxas de sucesso.