O embriólogo da clínica FIV-Valencia, Luis Gijón, classifica os embriões segundo a sua qualidade.

Os casais que optam pela reprodução assistida têm, normalmente, muitas perguntas que apesar de simples podem ter respostas complexas.

Após a fertilização in vitro, quando sabemos que existem embriões em laboratório que esperam pela sua transferência, surgem as questões: Como são esses embriões? Que qualidade têm?

Este breve texto procura dar resposta a essas perguntas.

Em primeiro lugar, é necessário conhecer as fases da evolução do embrião.

Qualidade dos embriões

Em cada uma das fases de desenvolvimento podemos fixar-nos em algumas características que revelam o potencial de implantação do embrião, isto é, a sua qualidade.

Desenvolvimento embrionário

Um zigoto é o embrião recém-fertilizado. Pode ser observado entre 16 e 22 horas depois da inseminação e devemos ser capazes de distinguir os seus dois corpos polares (CP) e os seus pronúcleos feminino e masculino (PN). A presença dos PN confirma a fertilização e qualquer desvio no seu número – 1, 3 ou mais – indica que a fertilização é anómala ou que o embrião não é viável.

Após as duas primeiras divisões, o embrião gera 4 células chamadas de células do blastómero. O seu aspecto, bem como o seu número, é decisivo para a sua classificação. A observação do blastómero é feita entre as 44 e as 47 horas pós-inseminação e as 4 células observadas devem ter aproximadamente o mesmo tamanho, não devem ter mais do que um núcleo e não devem estar exageradamente fragmentadas.

Tendo em conta estes parâmetros e o exame da membrana externa, podemos classificar os embriões em 4 categorias – de A a D – desde o embrião com melhor qualidade até aquele com menos potencial.

O mesmo processo e padrão de classificação são aplicados aos embriões no terceiro dia. Neste caso, se a compactação de células começar cedo já pode ser observada.

Uma mórula é um embrião no quarto dia (entre 94 e 98 horas) após a inseminação. Este embrião fornece poucas informações porque, tendo havido uma compactação das suas células, características distintas não podem ser observadas. Ainda assim, é possível ver se a compactação foi totalmente feita ou se alguma célula foi deixada de fora.

Entre as 112 e as 120 horas pós-inseminação o embrião deve estar na última fase, a fase blastocista. Neste momento o embrião já activou os seus próprios genes. Apesar de nem todos os embriões “in vitro” alcançarem esta fase, os que a alcançam têm um maior potencial de implantação.

Estes embriões são classificados segundo o seu grau de expansão (de 1 a 6), segundo o estado da sua massa celular interna (A, B, C, D) e segundo a sua camada celular externa (A, B, C, D). Assim, um blastocisto óptimo, no quinto dia, deve responder a fórmula “3AA”.

Apesar de toda esta classificação ser muito visual e subjectiva, actualmente existem vários estudos cujo objectivo é analisar os padrões de actividade metabólica dos embriões, detectando, assim, os mais capacitados e os mais adequados para a transferência.