A salpingite é a inflamação das trompas de Falópio e pode ser uma das causas da esterilidade de origem tubária na mulher.

A salpingite é definida como a inflamação de uma ou de ambas as trompas de Falópio. Esta inflamação costuma ser, em 60% dos casos, bilateral, isto é, afecta ambas as trompas. Geralmente afecta mulheres em idade fértil entre os 15 e os 24 anos de idade e a sua incidência é maior em mulheres sexualmente activas porque uma das causas mais comuns desta inflamação são as infecções genitais, sobretudo de transmissão sexual. 40% dessas infecções genitais evoluem e transformam-se numa salpingite.

É possível diferenciar entre dois tipos de salpingite:

  • A salpingite aguda é a que apresenta sintomas mais severos (febre; dor aguda na parte de baixo do abdómen, etc).
  • A salpingite crónica pode passar despercebida e apenas manifestar-se depois do período de menstruação.

A salpingite é, também, conhecida como Doença Inflamatória Pélvica (DIP) apesar de esta doença referir-se a infecções em toda a área genital superior, isto é, nas trompas, no útero e nos ovários.

Esta doença causa inflamações nas estruturas pélvicas, no útero, nos ovários e nas trompas de Falópio e cria um obstáculo mecânico à passagem do embrião até ao útero. Assim, em 50% dos casos de gravidezes ectópicas existe um historial de DIP. Esta doença pode, ainda, ser causadora de esterilidade de origem tubária ou tubariana, uma vez que impede que os espermatozóides cheguem ao óvulo.

Inflamação das Trompas de Falópio

Causas da salpingite

A salpingite é causada por uma infecção de transmissão sexual provocada, na maior parte dos casos, por um tipo de clamídia, a Chlamydia trachomatis, que começa a desenvolver-se na vagina e, posteriormente, ascende até ao restante aparelho reprodutor feminino.

Outros patogénicos transmitidos por via sexual e que podem causar este tipo de inflamação são o gonococo em 5% dos casos e o micoplasma em um maior número de casos.

A salpingite manifesta-se no tempo de forma variável. Pode manifestar-se dois dias depois do contacto com o agente patogénico ou apenas 3 semanas ou, inclusivamente, meses depois desse contacto.

Factores de risco da salpingite

  • Parceiro masculino com infecção genital.
  • Cirurgia pélvica prévia.
  • Utilização do dispositivo intra-uterino como método anticonceptivo.
  • Antecedentes de doença inflamatória pélvica (EPI).
  • Múltiplos parceiros sexuais.

Sintomas da salpingite

Os sintomas desta doença podem variar segundo o agente patogénico que a provoca mas a dor na zona pélvica é um dos sintomas mais característicos.

Outros sintomas que se podem manifestar são:

  • Dor ou cãibras na zona pélvica.
  • Dor durante a ovulação.
  • Relações sexuais dolorosas.
  • Febre.
  • Náuseas e vómitos.
  • Sangramentos menstruais irregulares.
  • Dor ao urinar e vontade de o fazer com mais frequência.
  • Vaginite.
  • Secreção vaginal anormal com corrimento espesso.
  • Dor abdominal em ambos os lados.

Trompa de Falópio

Diagnóstico da salpingite

Antes do diagnóstico de salpingite é necessário realizar um exame físico e pélvico para detectar a existência de uma inflamação. Análises de sangue e cultura de secreções vaginais são, também, feitas para detectar o patogénico responsável pela infecção.

Geralmente, se o diagnóstico é feito cedo, a inflamação diminui com medicação. Por sua vez, um diagnóstico tardio pode criar complicações graves que pressupõem um tratamento mais agressivo que prolonga as dores e mal-estar das pacientes.

O ideal é que a própria mulher seja capaz de reconhecer que tem uma inflamação e contactar um médico para que esse faça um diagnóstico o mais rapidamente possível.

Tratamento da salpingite

O tratamento baseia-se na administração de medicação a base de antibióticos e anti-inflamatórios para a dor. Nos casos mais graves a paciente pode ter de ser hospitalizada. Ao parceiro da paciente devem, também, ser prescritos antibióticos.

Em alguns casos uma cirurgia de drenagem pode ser necessária. Isto apenas acontece nos casos em que a infecção gera um abscesso pélvico com acumulação de pus.

É aconselhável que a mulher não tenha relações sexuais não protegidas durante todo o tratamento.

Complicações da salpingite

Algumas das complicações que podem aparecer associadas à salpingite são:

  • Dor pélvica crónica.
  • Esterilidade de origem tubária.
  • Gravidez ectópica.
  • Doença inflamatória da pélvis.
  • A infecção pode criar um abscesso pélvico
  • Septicemia ou infecção generalizada.